terça-feira, 20 de dezembro de 2011


RITMOS DO NORDESTE DO BRASIL
A cultura nordestina varia de estado para estado. É bastante diversificada, pois recebeu influência das culturas indígena, europeia e africana, mas tem as suas especificidades. A região Nordeste tem uma riqueza cultural que vai além de suas manifestações folclóricas e populares, destacando-se não só na música, dança folclórica, mas também na literatura. A música erudita também ganhou notoriedade na Região Nordeste, mas a música popular talvez seja o seu maior destaque. Possuindo uma enorme diversidade, a música popular varia de acordo com a cultura de cada estado dessa região. Entre essas músicas se destacam os seguintes ritmos: o coco, o xaxado, samba de roda, frevo, forró e o axé. Nós daremos enfoque a cinco desses ritmos que tanto ilustram a alegria e a força do povo nordestino que são: forró, coco, frevo, maracatu e a embolada.    


FORRÓ – O ritmo nordestino que conquistou o Brasil 

A origem 
A origem do nome forró apresenta diversas versões:
O termo forró provavelmente “vem de fobó, que por sua vez, vem de forrobodó. sm. – 1. coreóg./músic. Dança e ritmos populares,tipos da região nordestina, de origem campestre, cuja música é tocada principalmente com acordeão. Manifestação cultural do período de festas do São João” (Coimet, 2006, p. 76).
No idioma húngaro, Forró significa "Quente". Não se tem variação da palavra no idioma húngaro, o termo Forró é igualmente escrito (com acento) como no português.
Segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, estudioso de manifestações culturais populares, “forró” vem da palavra "forrobodó", de origem bantu que significa: arrasta-pé, farra, confusão, desordem. A versão mais aceitável, apoiada por Cascudo, é a de que Forró é derivado do termo africano forrobodó.
A origem mais conhecida da palavra “forró” segundo o + Educação.

O Forró é uma festa popular brasileira, de origem nordestina. No forró tradicional o ritmo é tocado por trios, compostos de um sanfoneiro, um zabumbeiro e um tocador de triângulo.
Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Gravatá, Mossoró, e Juazeiro do Norte, onde é símbolo da Festa de São João, e nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, São Luís e Teresina, onde são promovidas grandes festas.

Características
Uma das principais características do forró é o ato de arrastar os pés durante a dança. Esta é realizada por casais, que dançam com os corpos bem colados, transmitindo sensualidade.
Embora seja tipicamente nordestino, o forró espalhou-se pelo Brasil fazendo grande sucesso. Foram os migrantes nordestinos que espalharam o forró, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Atualmente, existem vários gêneros de forró: forró eletrônico, forró tradicional, forró universitário e o forró pé de serra.
A partir de meados da década de 80 surgiu no Ceará um novo meio de fazer forró, com a introdução de instrumentos eletrônicos, tais como guitarra, bateria e baixo. Também as letras deixaram de ter como o foco a seca e sofrimento dos nordestinos, e passou a abordar conteúdos que atraíam os jovens. 


Os primeiros difusores:
Um dos pioneiros , o sanfoneiro Luiz Gonzaga foi o pioneiro na difusão da música de sua região (Rio-São Paulo) e pode ter sido o primeiro a registrar o termo em disco no Forró de Mané Vito, parceria com Zé Dantas, em 1949. 



Vídeo: Forró de Mané Vito - Luiz Gonzaga



A influência de Jackson também é registrada e celebrada em Jacksoul Brasileiro pelo pernambucano Lenine. Também o pernambucano José Domingos de Morais, o Dominguinhos, contribuiu para estabelecer o primado semântico do forró que acabaria engolindo outros estilos.

Artistas consagrados
Há diversos artistas que colaboraram, sejam como compositores sejam como intérpretes, com diversos gêneros do forró.
Os compositores brasileiros de músicas de forró que mais se destacam, Ademar Coelho é um dos mais conhecidos.

Adelmário Coelho













Modo de dançar
O forró é dançado em pares, executado com malícia e sensualidade, com diversas evoluções, diferentes para o forró nordestino e o forró universitário.
Os passos principais do forró universitário.

 
Aprenda a dançar FORRÓ...




REFERÊNCIAS
COIMET, Iaracylda Farias. Dicionário das Manifestações Folclóricas de Pernambuco. Recifer. Ed. Universitária da UEFP, 2006.

SCHEFER, Brenda. O que é forró. Disponível em: http://brendaconteudo.pbworks.com/w/page/25441489/O%20que%20%C3%A9%20o%20forr%C3%B3 Acesso dia 15/12/2011
Redação do Jangadeiro Online. Conheça mais sobre a história do Forró. 2011. Disponível em http://www.jangadeiroonline.com.br/forro/noticias/hoje-e-dia-do-forro/ Acesso dia 15/12/2011
Cultura Popular. Forró. Disponível em http://cultpopunifor.blogspot.com/2011/10/sociedade-cultura-e-danca-hip-hop-e.html Acesso dia 14/12/2011
Enciclopédia da Música Brasileira Erudita, folclórica, popular. 2ª. Ed. rev. e atual. Art. Editora/Itaú Cultural, 1998.
Forró http://pt.wikipedia.org/wiki/Forr%C3%B3 Acesso dia 10/12/2011


COCO

O coco é uma dança em que geralmente os participantes formam uma roda ou filas e realizam movimentos ritmados,  tem a característica do sapateado e o passo destaque é a umbigada entre si e com os pares vizinhos, que ao ser executado marca o ritmo e anuncia a entrada de outros solistas no círculo. Dança típica das regiões praieiras é conhecida em todo o Norte e Nordeste.
Não se tem certeza da origem do coco, alguns pesquisadores afirmam que essa dança chegou aqui com os escravos africanos, outros dizem que ela é o resultado do encontro da raça negra com o nativo local. Alguns concordam que o coco tenha surgido no Nordeste, porém existe uma polêmica sobre qual  estado teria surgido, ficando entre Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Conforme registros na Prefeitura de Recife:
“Segundo alguns pesquisadores, o coco nasceu entre os negros que viviam no Quilombo dos Palmares, em Alagoas, e deriva dos sons tirados a partir da batida do fruto sobre uma pedra, sendo improvisada uma dança, marcada pela batida do coco e cantorias.” (CASA DO CARNAVAL, RECIFE).
Os instrumentos mais utilizados no coco são os de percussão: ganzá, bombos, zabumbas, caracaxás, pandeiros e cuícas. Normalmente esses instrumentos são acompanhados por palmas e sapateados, mas pode-se formar a roda utilizando-se somente as mãos. As palmas devem ser batidas com as mãos encovadas, imitando o ruído de quebrar da casca de um coco.
A dança do coco é manifestação de desabafo das pessoas sofridas da região Nordeste e apresenta variedades de formas, que pode ser conforme o texto poético, a coreografia, o local e o instrumento de música. Algumas variedades são: coco-de-praia, coco-de-roda, coco-do-sertão, coco-de-furar, coco-de-embolada e outros.
Embora seja dançado em todas as épocas do ano, o coco é um folguedo do período junino. Também é conhecido como “bambelô” ou “zamba”e foi dançado nos salões da sociedade de Alagoas e Paraíba com o nome de samba, pagode ou zambê.
Varios cantores já fizeram referencia ao coco: Gal Costa, Gilberto Gil e Alceu Valença. Alguns grupos também redescobriam o coco através de seus trabalhos: Chico Science & Nação Zumbi e Cascabulho.



dança - COCO


Vídeos





REFERÊNCIAS

BRASIL Musical / Musical Brazil – Rio de Janeiro; Art Bureau Representações e Edições de Arte, 10988 – 304 pag., Il – Resumo em Inglês.
LIZA. A Dança do coco: Expressão de desabafo da alma popular. Disponível em: http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009/06/danca-do-coco-expressao-de-desabafo-da.html
PREFEITURA DO RECIFE. Casa do Carnaval, Patio de São Pedro, casa 52.


NA SINTONIA DO FREVO

O termo frevo, segundo o Aurélio, significa uma dança de rua e de salão que é executada individualmente com coreografia improvisada com ritmos frenéticos. O frevo pode ser denominado de: frevo de abafo (onde é destacado o uso de instrumentos metálicos, como pistões e trombone); frevo de rua (que é um frevo instrumental, onde se utiliza instrumentos de metal, especialmente trompetes, trombones, saxofone, clarinete e percussão); frevo ventania (que executado através da introdução de semicolcheias, o que aumenta o seu compasso) etc. 
O frevo é uma palavra originada da linguagem simples do povo nordestino, especificamente de Pernambuco e vem da palavra “ferver”, que era pronunciada “frever”. Originou-se das bandas de música, dobrados e polcas e provavelmente é a única composição popular do mundo que nasce com a orquestração. Os passos realizados na dança do frevo, que surgiu no fim do século XIX, representam uma mistura de danças européia, como as danças de salão com passos de ballet e dos cossacos.
O FREVO E A SUA HISTÓRIA
Acredita-se que o passo do frevo teve inicio com a necessidade da formação de um pelotão de capoeiristas para a defesa dos músicos que tocavam para a multidão e eles dançavam os ritmos dobrados, em 1908, num jornal local, chamado “Jornal Pequeno”.
Segundo informação do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, profundamente radicado no Estado de Pernambuco. Como gênero musical, o Frevo surge no final do século XIX, no carnaval, em um momento de transição e efervescência social como uma forma de protesto das classes populares. A música e os passos do frevo foram criados simultaneamente, que uma dança frenética.
Produto desse contexto sócio-histórico singular, desde suas origens, o Frevo representa um protesto político e uma crítica social em forma de música, de dança e de poesia, constituindo-se em símbolo de resistência da cultura pernambucana e em expressão significativa da diversidade cultural brasileira.
Afirma alguns estudiosos do frevo música foi criado por compositores de música ligeira, voltado para o carnaval de Pernambuco. Mas, como todos os ritmos com o passar do tempo o frevo foi sendo dançado com passos soltos e acrobáticos, que o caracteriza até hoje. A partir da década de 1930 o frevo ganhou algumas denominações como: frevo-de-rua, frevo-canção e Frevos-de-bloco. Isso se deu devido à popularização do ritmo, pelas gravações em discos e a divulgação pelos programas de rádio.
O frevo-de-rua se caracteriza por não ter letra, ele é meramente executado para ser dançado, é o que mais se identifica como frevo puro, suas características são próprias não são confundidas com nenhuma outra música do Brasil ou do exterior.
 
O frevo-de-rua é composto de uma introdução geralmente de 16 compassos seguindo-se da chamada "resposta", de igual número de compassos, que por sua vez antecede a segunda parte, que nem sempre é uma repetição da introdução. A música frevo divide-se em três denominações: o frevo abafo ou de encontro, que predominam os instrumentos metálicos, como pistões e trombones; o frevo –coqueiro, com notas agudas distanciando-se no pentagrama e o frevo-ventania, formado pela introdução de semicolcheias. Para a finalização do frevo os músicos utilizam um acorde longo e perfeito. Alguns frevos- de- rua se destacam no carnaval pernambucano são eles: Frevo-de-rua famosos Vassourinhas de Matias da Rocha, Último dia de Levino Ferreira, Trinca do 21 de Mexicano, Menino Bom de Eucário Barbosa, Corisco de Lourival Oliveira, Porta-bandeira de Guedes Peixoto, entre outros.
O frevo- canção tem algumas características da marchinha carioca, começa com uma parte introdutória e a outra cantada, iniciando ou terminando com estribilhos. Destacam-se alguns frevos-canção como: Borboleta não é ave de Nelson Ferreira, Na mulher não se bate nem com uma flor de Capiba, Hino de Pitombeira de Alex Caldas, Hino de Elefante de Clídio Nigro, Vestibular de Gildo Moreno. O frevo-canção destacou-se no final do século passado através das suas músicas bonitas, inclusive a música “A marcha nº 1 do Vassourinhas, que se transformou no hino do carnaval recifense. Alguns interpretes se destacam como é o caso de Alceu Valença, Claudionor Germano e outros.
Ensaio da Pitombeira Olinda-PE
Os frevos-de-bloco podem ter sido se originados de serenatas idealizadas por rapazes, que participavam do carnaval durante o dia e a noite se reuniam para dar prosseguimento á festa carnavalesca. A orquestra é formada com pau e corda, ou seja, com violões, banjos, cavaquinhos etc.. Nos últimos tempos essas orquestras foram incrementadas com coral de mulheres e com a introdução do clarinete.  Os frevos-de-bloco que mais se destacam são: Valores do Passado de Edgar Moraes, Marcha da Folia de Raul Moraes, Relembrando o Passado de João Santiago, Saudade dos Irmãos Valença, Evocação n° 1 de Nelson Ferreira, entre outros.
O Frevo dança é composto pela junção da capoeira com o ritmo do frevo. Na dança são utilizadas sombrinhas coloridas, que segundo algumas pessoas eram utilizadas inicialmente como armas para defender os passistas. O frevo pode ser dançado pela multidão ou por passistas que utilizam seus passos acrobáticos. A dança do frevo tem mais de 120 passos para serem utilizados. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, da dança do frevo. O dia 09 de fevereiro foi consagrado como “Dia do Frevo, por ser considerada  a data oficializada como o dia de nascimento do frevo, tomando-se como referência a primeira vez que a palavra foi publicada na imprensa pernambucana.
Falando sobre o frevo - conteúdo do DVD    nove de fevereiro, de Antônio Nóbrega

A dança do frevo é composta de vários elementos como: os instrumentos musicais que serviam de arma para o embate com os grupos rivais; a sombrinha, que é um símbolo do frevo e serve de suporte para as acrobacias dos passistas, mas antes esse instrumento era para os passistas uma arma de ataque e defesa; o vestuário, que é um dos elementos essenciais para a dança do frevo, mas não existe uma exigência quanto a isso, a escolha é do dançarino e varia de acordo com a vontade de cada um, embora predomine as cores fortes e tecido estampado, os homens usam calças em geral abaixo do joelho e as mulheres bermudas, as blusas para ambos são geralmente apertadas e curtas.
Quanto aos passos do frevo existe uma variedade pois cada passista criava passos e alguns são: dobradiça, tesoura, locomotiva, ferrolho, parafuso, pontilhado, ponta de pé e calcanhar, Saci-Pererê, abanando, caindo-nas-molas e pernada, este último claramente identificável na capoeira.

FREVO E SUAS INFLUÊNCIAS
O frevo música que inicialmente era instrumental passou a ter letra e se transformou no frevo-canção, com isso começou a sua expansão, deixou só de pertencer ao povo pernambucano e passou a ser de todo Brasil. Esse evento deu-se a partir de 1932 após uma adaptação do compositor Lamartine Babo ao “Frevo Mulata”, composto pelos pernambucanos Irmãos Valença na canção “O teu cabelo não nega foi estabelecido um novo estilo de canção no Rio de janeiro conhecido como marchinha carnavalesca carioca.
No final da década de 1930, Francisco Alves lança a primeira gravação de um frevo que foi denominado de “Frevo Pernambucano”, composição de Luperce Miranda e Oswaldo Santiago. Um ano após o lançamento de Francisco Alves é colocado a disposição do público a música “Vamo se Acabá”, gravado pela orquestra Guanabara, uma composição de Nelson Ferreira, que foi classificada como frevo.
O envolvente frevo pernambucano no ano de 1950 também contagiou os cantores baianos Dodô e Osmar, que com a sua fubica tão conhecida no carnaval baiano, que depois se transformou em trio elétrico, quando Caetano Veloso tocou a música “Atrás do trio elétrico.”  
O frevo continuou com a sua trajetória de sucessos. Em 1957, Nelson Ferreira com o frevo “Evocação Nº1", gravado pelo “Bloco Batutas de São José” derrotou a marchinha e o samba invadindo o carnaval carioca. A gravação desse frevo era de uma gravadora local, a Mocambo. Essa gravadora obteve grande sucesso nos lançamento de vários frevos.
Gal Costa a cantora baiana também inspirada pelo ritmo do frevo pernambucano, incrementou a sua música “Festa do interior”, um dos grandes sucessos da sua carreira, dos compositores Moraes Moreira e Abel Silva, com o frevo, dobrado e tintura funk, com o arranjo de Lincoln Olivetti. Outros cantores de outras partes do Brasil também se deixaram envolver pelo ritmo frenético do frevo pernambucano, como foi o caso de Elba Ramalho, Gilberto Gil, Lenine e outros. Letras de frevos famosos .

 
REFERÊNCIAS
http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/frevo.htm#quero mais- Acesso em 06. 12. 11
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2011/02/dia-do-frevo.html  Acesso em 07. 12. 11
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?retorno=detalheInstitucional&sigla=Institucional&id- Acesso em 09. 12. 11
http://www.frevo.pe.gov.br/ acesso em 06. 12. 11
http://geocities.yahoo.com.br/capotedamadrugada Acesso em 06. 12. 11
http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?- Acesso em 09. 12. 11
http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/dancas-folcloricas-e-lendas-do-brasil/ Acesso em 12.12. 11
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-carnaval/frevo.php acesso em 06. 12. 11
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Passistas_de_Frevo.jpg Acesso em 12. 12. 11
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frevo- Acesso em 06. 12. 11
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