terça-feira, 20 de dezembro de 2011

NA SINTONIA DO FREVO

O termo frevo, segundo o Aurélio, significa uma dança de rua e de salão que é executada individualmente com coreografia improvisada com ritmos frenéticos. O frevo pode ser denominado de: frevo de abafo (onde é destacado o uso de instrumentos metálicos, como pistões e trombone); frevo de rua (que é um frevo instrumental, onde se utiliza instrumentos de metal, especialmente trompetes, trombones, saxofone, clarinete e percussão); frevo ventania (que executado através da introdução de semicolcheias, o que aumenta o seu compasso) etc. 
O frevo é uma palavra originada da linguagem simples do povo nordestino, especificamente de Pernambuco e vem da palavra “ferver”, que era pronunciada “frever”. Originou-se das bandas de música, dobrados e polcas e provavelmente é a única composição popular do mundo que nasce com a orquestração. Os passos realizados na dança do frevo, que surgiu no fim do século XIX, representam uma mistura de danças européia, como as danças de salão com passos de ballet e dos cossacos.
O FREVO E A SUA HISTÓRIA
Acredita-se que o passo do frevo teve inicio com a necessidade da formação de um pelotão de capoeiristas para a defesa dos músicos que tocavam para a multidão e eles dançavam os ritmos dobrados, em 1908, num jornal local, chamado “Jornal Pequeno”.
Segundo informação do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, profundamente radicado no Estado de Pernambuco. Como gênero musical, o Frevo surge no final do século XIX, no carnaval, em um momento de transição e efervescência social como uma forma de protesto das classes populares. A música e os passos do frevo foram criados simultaneamente, que uma dança frenética.
Produto desse contexto sócio-histórico singular, desde suas origens, o Frevo representa um protesto político e uma crítica social em forma de música, de dança e de poesia, constituindo-se em símbolo de resistência da cultura pernambucana e em expressão significativa da diversidade cultural brasileira.
Afirma alguns estudiosos do frevo música foi criado por compositores de música ligeira, voltado para o carnaval de Pernambuco. Mas, como todos os ritmos com o passar do tempo o frevo foi sendo dançado com passos soltos e acrobáticos, que o caracteriza até hoje. A partir da década de 1930 o frevo ganhou algumas denominações como: frevo-de-rua, frevo-canção e Frevos-de-bloco. Isso se deu devido à popularização do ritmo, pelas gravações em discos e a divulgação pelos programas de rádio.
O frevo-de-rua se caracteriza por não ter letra, ele é meramente executado para ser dançado, é o que mais se identifica como frevo puro, suas características são próprias não são confundidas com nenhuma outra música do Brasil ou do exterior.
 
O frevo-de-rua é composto de uma introdução geralmente de 16 compassos seguindo-se da chamada "resposta", de igual número de compassos, que por sua vez antecede a segunda parte, que nem sempre é uma repetição da introdução. A música frevo divide-se em três denominações: o frevo abafo ou de encontro, que predominam os instrumentos metálicos, como pistões e trombones; o frevo –coqueiro, com notas agudas distanciando-se no pentagrama e o frevo-ventania, formado pela introdução de semicolcheias. Para a finalização do frevo os músicos utilizam um acorde longo e perfeito. Alguns frevos- de- rua se destacam no carnaval pernambucano são eles: Frevo-de-rua famosos Vassourinhas de Matias da Rocha, Último dia de Levino Ferreira, Trinca do 21 de Mexicano, Menino Bom de Eucário Barbosa, Corisco de Lourival Oliveira, Porta-bandeira de Guedes Peixoto, entre outros.
O frevo- canção tem algumas características da marchinha carioca, começa com uma parte introdutória e a outra cantada, iniciando ou terminando com estribilhos. Destacam-se alguns frevos-canção como: Borboleta não é ave de Nelson Ferreira, Na mulher não se bate nem com uma flor de Capiba, Hino de Pitombeira de Alex Caldas, Hino de Elefante de Clídio Nigro, Vestibular de Gildo Moreno. O frevo-canção destacou-se no final do século passado através das suas músicas bonitas, inclusive a música “A marcha nº 1 do Vassourinhas, que se transformou no hino do carnaval recifense. Alguns interpretes se destacam como é o caso de Alceu Valença, Claudionor Germano e outros.
Ensaio da Pitombeira Olinda-PE
Os frevos-de-bloco podem ter sido se originados de serenatas idealizadas por rapazes, que participavam do carnaval durante o dia e a noite se reuniam para dar prosseguimento á festa carnavalesca. A orquestra é formada com pau e corda, ou seja, com violões, banjos, cavaquinhos etc.. Nos últimos tempos essas orquestras foram incrementadas com coral de mulheres e com a introdução do clarinete.  Os frevos-de-bloco que mais se destacam são: Valores do Passado de Edgar Moraes, Marcha da Folia de Raul Moraes, Relembrando o Passado de João Santiago, Saudade dos Irmãos Valença, Evocação n° 1 de Nelson Ferreira, entre outros.
O Frevo dança é composto pela junção da capoeira com o ritmo do frevo. Na dança são utilizadas sombrinhas coloridas, que segundo algumas pessoas eram utilizadas inicialmente como armas para defender os passistas. O frevo pode ser dançado pela multidão ou por passistas que utilizam seus passos acrobáticos. A dança do frevo tem mais de 120 passos para serem utilizados. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, da dança do frevo. O dia 09 de fevereiro foi consagrado como “Dia do Frevo, por ser considerada  a data oficializada como o dia de nascimento do frevo, tomando-se como referência a primeira vez que a palavra foi publicada na imprensa pernambucana.
Falando sobre o frevo - conteúdo do DVD    nove de fevereiro, de Antônio Nóbrega

A dança do frevo é composta de vários elementos como: os instrumentos musicais que serviam de arma para o embate com os grupos rivais; a sombrinha, que é um símbolo do frevo e serve de suporte para as acrobacias dos passistas, mas antes esse instrumento era para os passistas uma arma de ataque e defesa; o vestuário, que é um dos elementos essenciais para a dança do frevo, mas não existe uma exigência quanto a isso, a escolha é do dançarino e varia de acordo com a vontade de cada um, embora predomine as cores fortes e tecido estampado, os homens usam calças em geral abaixo do joelho e as mulheres bermudas, as blusas para ambos são geralmente apertadas e curtas.
Quanto aos passos do frevo existe uma variedade pois cada passista criava passos e alguns são: dobradiça, tesoura, locomotiva, ferrolho, parafuso, pontilhado, ponta de pé e calcanhar, Saci-Pererê, abanando, caindo-nas-molas e pernada, este último claramente identificável na capoeira.

FREVO E SUAS INFLUÊNCIAS
O frevo música que inicialmente era instrumental passou a ter letra e se transformou no frevo-canção, com isso começou a sua expansão, deixou só de pertencer ao povo pernambucano e passou a ser de todo Brasil. Esse evento deu-se a partir de 1932 após uma adaptação do compositor Lamartine Babo ao “Frevo Mulata”, composto pelos pernambucanos Irmãos Valença na canção “O teu cabelo não nega foi estabelecido um novo estilo de canção no Rio de janeiro conhecido como marchinha carnavalesca carioca.
No final da década de 1930, Francisco Alves lança a primeira gravação de um frevo que foi denominado de “Frevo Pernambucano”, composição de Luperce Miranda e Oswaldo Santiago. Um ano após o lançamento de Francisco Alves é colocado a disposição do público a música “Vamo se Acabá”, gravado pela orquestra Guanabara, uma composição de Nelson Ferreira, que foi classificada como frevo.
O envolvente frevo pernambucano no ano de 1950 também contagiou os cantores baianos Dodô e Osmar, que com a sua fubica tão conhecida no carnaval baiano, que depois se transformou em trio elétrico, quando Caetano Veloso tocou a música “Atrás do trio elétrico.”  
O frevo continuou com a sua trajetória de sucessos. Em 1957, Nelson Ferreira com o frevo “Evocação Nº1", gravado pelo “Bloco Batutas de São José” derrotou a marchinha e o samba invadindo o carnaval carioca. A gravação desse frevo era de uma gravadora local, a Mocambo. Essa gravadora obteve grande sucesso nos lançamento de vários frevos.
Gal Costa a cantora baiana também inspirada pelo ritmo do frevo pernambucano, incrementou a sua música “Festa do interior”, um dos grandes sucessos da sua carreira, dos compositores Moraes Moreira e Abel Silva, com o frevo, dobrado e tintura funk, com o arranjo de Lincoln Olivetti. Outros cantores de outras partes do Brasil também se deixaram envolver pelo ritmo frenético do frevo pernambucano, como foi o caso de Elba Ramalho, Gilberto Gil, Lenine e outros. Letras de frevos famosos .

 
REFERÊNCIAS
http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/frevo.htm#quero mais- Acesso em 06. 12. 11
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2011/02/dia-do-frevo.html  Acesso em 07. 12. 11
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?retorno=detalheInstitucional&sigla=Institucional&id- Acesso em 09. 12. 11
http://www.frevo.pe.gov.br/ acesso em 06. 12. 11
http://geocities.yahoo.com.br/capotedamadrugada Acesso em 06. 12. 11
http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?- Acesso em 09. 12. 11
http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/dancas-folcloricas-e-lendas-do-brasil/ Acesso em 12.12. 11
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-carnaval/frevo.php acesso em 06. 12. 11
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Passistas_de_Frevo.jpg Acesso em 12. 12. 11
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frevo- Acesso em 06. 12. 11
bibliotecacomunitariact.blogspot.com 






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